A Igreja bebeu dessa fonte rota. Estamos empenhados na edificação de um cristianismo matemático. As missões querem números, as Igrejas querem números. O pastor tanto quanto o missionário têm que apresentar números, números que impressionem seus mantenedores. As almas, as personalidades que Deus criou, transformam-se em números na prestação de contas dos evangelistas modernos. É sob essa “mó de azenha” que pastores, evangelistas e missionários produzem seus números fantasiosos, forçados pela concorrência que a mídia gospel forjou ao longo desses anos de desvios e apostasias.
Numa empresa números podem significar eficiência. Uma empresa que sobrepuja as outras na qualidade de seus produtos, conquistará, por uma via de conseqüência lógica, uma subida em seu faturamento e isso significa mais lucro. Mas na Igreja a “Teologia dos Números” tem seguido uma trajetória inversa: Baixa-se os padrões de qualidade, compatibiliza-se com o mundo, mundaniza-se para facilitar o ingresso dos pecadores (clientes), que depois de tantas facilidades, terminam concordando com a versão “hollyoodiana” do evangelho e “aceitam” Cristo, transformado em produto de mercado pelos Pitágoras eclesiásticos.
Há muitos pregadores que seriam um sucesso substituindo Noé, logo encheriam a Arca financiando arrependimento em 10 suaves prestações. Esse evangelho enlatado serve bem às pretensões dos escribas religiosos manietados por ambições terrenas, mas é podre, falso e não está sob os auspícios do Espírito Santo. À luz dessa teologia Jesus foi um fracasso, pois os números não justificam seu ministério de três anos sendo Ele quem era.
A porta estreita é alargada para que todos entrem de qualquer jeito, até os que não têm vestes nupciais. Foi essa pregação sintética que produziu esse cristianismo que aí está. Cristianismo do ouro, da prata e da TV, mas cristianismo sem poder. Chegou o tempo em que Cristo dificilmente será encontrado através do “cristianismo”.
Mas aqueles que têm olhos para chorar hão de permanecer como pregoeiros da verdade, ainda que solitários.
Crescimento numérico é bom, mas não com o sacrifício da verdade.
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