• O que não procede de fé é pecado.
    (Romanos 14:23)

    Eu sou Cristão





    “Eu sou Cristão”

    O jovem rapaz não disse nada mais, perante o governador Romano, mesmo tendo sua vida em jogo. Seus acusadores o pressionavam novamente, buscando fazê-lo tropeçar ou forçá-lo a negar a fé. Porém, mais uma vez ele respondeu com a mesma sentença curta: “Eu sou Cristão”.

    Era a metade do Século Segundo, durante o reinado do Imperador Marco Aurélio. O cristianismo era ilegal, e em todo o Império Romano os crentes enfrentavam ameaças de prisão, tortura ou morte. A perseguição era intensa, especialmente no sudeste da Europa, onde Sanctus, um diácono de Viena, havia sido preso e levado a julgamento. O jovem foi repetidamente ordenado a renunciar a fé que professava. Mas ele não se deixava dissuadir. “Eu sou Cristão”.  Não importava o que lhe era perguntado, sua resposta era sempre a mesma. De acordo com Eusébio, o historiador da igreja primitiva, Sanctus “se cingiu contra (seus acusadores), com tal firmeza, de forma a nem mesmo dizer o seu nome, nação ou cidade a qual pertencia, nem se era escravo ou livre, mas dava a mesma resposta a todas as questões, na língua romana: Eu sou Cristão.”

    Quando finalmente ficou óbvio que não diria nada mais que isto, foi condenado a severa tortura e à morte pública, no anfiteatro. No dia de sua execução, foi forçado a passar por duas fileiras de homens munidos de açoites, foi submetido a feras selvagens e atado a uma cadeira de ferro em brasa. Com estas coisas, seus acusadores intentavam fazê-lo desistir, convencidos de que sua resistência sucumbiria ante a dor do tormento. Mas, como Eusébio relata, “Mesmo assim, eles não ouviram uma só palavra de Sanctus, exceto a confissão que ele balbuciara desde o começo”. Suas palavras na hora da morte manifestavam um compromisso imortal. Sua contínua expressão se repetiu durante todo o julgamento: “Eu sou Cristão.”

    Para Sanctus, toda a sua identidade – incluindo seu nome, cidadania e estatus social – estava em Jesus Cristo. Assim, melhor resposta não poderia ser dada às questões que lhe faziam. Ele era um cristão, e esta designação definia tudo a seu respeito.

    Esta mesma perspectiva foi compartilhada por muitos outros, na igreja primitiva. Alimentou os seus testemunhos, fortaleceu suas resoluções e confundiu seus opositores. Quando eram presos, estes corajosos crentes confiantemente respondiam assim como Sanctus, com uma afirmação sucinta de sua lealdade a Cristo. Como um historiador explicou sobre os primeiros mártires:

    Eles (respondiam) a todos os questionamentos (com) a curta, mas abrangente resposta – “Eu sou Cristão”. Vez após outra, eles causavam não pouca perplexidade em seus julgadores, pela obstinação com que aderiram à breve profissão de fé. A questão era repetida – “Quem és?” e eles respondiam: “Eu já disse que sou cristão; e, aquele que assim afirma, já deu nome a seu país, sua família, sua fé e tudo o mais.”

    Seguir a Jesus Cristo era a suma de sua inteira existência. No momento em que a própria vida estava em grande risco, nada mais importava, além de identificarem a si mesmos com Ele.

    Para estes crentes fiéis, o nome “cristão” significava muito mais do que apenas uma designação religiosa. Antes, definia tudo a respeito deles, inclusive como viam a si mesmos e o mundo ao seu redor. Este selo ressaltava seu amor pelo Messias crucificado, juntamente com sua prontidão em segui-Lo, não importando o quanto custasse. Demonstrava, também, a transformação integral que Deus produzira em seus corações e testemunhava que foram feitos completamente novos em Cristo. Eles morreram para seu antigo modo de vida e nasceram de novo na família de Deus. Ser cristão não era simplesmente um título, mas, sim, ter um modo de pensar inteiramente novo – de modo a haver sérias implicações na forma com que viviam, e, em última análise, na forma com que morriam.

    Por John MacArthur Jr. – trecho do livro “Escravo”

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